;Republicana;
Visivelmente desconfortável, Maia abriu a sessão em que foi lida a denúncia de 60 páginas, mas deixou o plenário antes de concluída a leitura para se encontrar com Temer. Em sua declaração a jornalistas, fez questão de ressaltar que, apesar de aliado do presidente, vai adotar uma postura "republicana" e discutir a tramitação da denúncia com deputados da base e da oposição.
"Eu estou discutindo tudo, com todos os líderes, inclusive da oposição, apesar de o meu partido ser da base. Isso aqui vai ser um debate republicano, a instituição precisa ser preservada, aqui não é para defender nem a posição do presidente, nem a posição da oposição, nem da PGR", afirmou.
Comissão
Após Temer ser notificado, a denúncia foi encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde se dará a primeira etapa da tramitação na Casa. Caberá ao presidente do colegiado, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), escolher o relator do processo, que deve ser um dos 66 membros da CCJ. O nome será anunciado na próxima terça-feira para evitar pressão antecipada sobre o relator. Após o prazo regimental de dez sessões plenárias para a apresentação da defesa, que pode ser encurtado caso os advogados de Temer desejem, haverá mais cinco sessões para que o relatório seja votado na CCJ.
Independentemente do resultado, a denúncia segue para o plenário Para que o processo prossiga no STF, são necessários os votos de 342 deputados. Se isso ocorrer, Temer será afastado da Presidência por 180 dias. Primeiro na linha sucessória, Maia assumiria o cargo até a conclusão do processo. Incomodado com as especulações de aliados do Planalto de que sua "rebeldia" se deve à intenção de concorrer ao governo mineiro em 2018, Pacheco avisou que não vai escolher um relator abertamente governista.
Alceu Moreira (PMDB-RS) e Jones Martins (PMDB-RS) estão praticamente fora do páreo. Figuram como possíveis relatores Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), Esperidião Amin (PP-SC), José Fogaça (PMDB-RS) e os tucanos Betinho Gomes (PE) e Fábio Sousa (GO).