Temer tinha 9% de aprovação antes de, em 17 de maio, ser revelada uma gravação em que parece dar o seu aval ao pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha e de o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir uma investigação por corrupção, obstrução da justiça e organização criminosa.
Este nível é inferior aos 13% que a ex-presidente Dilma Rousseff tinha antes de sofrer o impeachment.
A gestão de Temer é considerada ruim ou péssima por 69% da população e regular por 23%.
Em abril estes índices estavam em 61% e 28%.
Apenas o presidente José Sarney teve uma popularidade mais baixa do que a de Temer, 5% em setembro de 1989, em meio à crise da inflação no país.
Renúncia e eleições diretas
Pela primeira vez desde que Temer assumiu o poder, o Datafolha analisou o apoio a sua possível saída.
Atualmente, 65% dos brasileiros acreditam que seria "o melhor" para o Brasil, enquanto 30% são a favor de sua permanência no cargo.
Embora Temer assegure ser vítima de um complô e tenha se negado a deixar a presidência, sua renúncia é defendida por 76% da população. Cerca de 20% é contra e 4% não soube responder.
Se Temer não renunciar, uma porcentagem ainda maior - 81% - é a favor da abertura de um processo de impeachment. O Congresso tem 20 solicitações nesse sentido, apesar de o procedimento ser longo.
E no caso do presidente deixar o poder por qualquer motivo, 83% dos brasileiros quer a realização de eleições diretas, enquanto somente 12% estão de acordo com eleições indiretas.
Se Temer cair, a Constituição estabelece que o Congresso deve escolher em um prazo de 30 dias a pessoa que irá substituí-lo para completar o mandato até o fim de 2018.
E próxima semana será especialmente delicada para Temer.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar até terça-feira uma ou várias denúncias formais contra o presidente, que devem ser analisadas por dois terços da Câmara de Deputados.
Se as denúncias forem validadas e aceitas pelo STF, Temer deverá se afastar do cargo por 180 dias.
A pesquisa do Datafolha foi realizada entre quarta-feira (21) e sexta-feira (23) com 2.771 entrevistados, com uma margem de erro de 2%.