O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira pediu ao juiz federal Sérgio Moro para ser interrogado de novo em ação penal na Operação Lava-Jato. Em petição a Moro, a defesa de Ferreira requereu nova audiência para o petista, com base no artigo 196 do Código de Processo Penal.
Moro decidiu: "A presente ação penal está tendo o seu encerramento prolongado por sucessivos pedidos de novos interrogatórios, o que não é muito adequado. De todo o modo, a bem da ampla defesa, defiro excepcionalmente o requerido, advertindo porém que será a última audiência, designo a data de 19 de julho de 2017, às 14. Caso algum outro acusado pretenda ser interrogado, deverá comparecer na referida data e horário. Fica a defesa de Paulo Ferreira encarregada de apresentar seu cliente."
Ferreira foi preso em junho de 2016 na Operação Abismo, 31; desdobramento da Lava-Jato - neste caso, além do ex-tesoureiro, outros treze investigados são réus.
O petista é acusado do recebimento de propinas nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes).
Ele foi solto seis meses depois, assim que, em depoimento a Moro, admitiu prática de ilícitos nas campanhas eleitorais. "Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é, na minha opinião, negar o óbvio", declarou Paulo Ferreira, na ocasião.
Moro perguntou. "Inclusive no Partido dos Trabalhadores, na sua campanha?"
"Exatamente", admitiu Ferreira, terceiro ex-tesoureiro do PT envolvido na Lava Jato - antes dele, caíram na malha fina da grande investigação João Vaccari Neto e Delúbio Soares.
Agora, Paulo Ferreira quer depor outra vez.