O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) defendeu nesta terça-feira (20/6) a saída definitiva do senador Aécio Neves (MG) da presidência do partido. Aécio está afastado há cerca de um mês do mandato parlamentar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a suspeita de ter acertado e recebido, por meio de assessores, "vantagem indevida" no valor de R$ 2 milhões da JBS. Por conta disso, ele também se licenciou da presidência do PSDB, sendo substituído pelo também senador Tasso Jereissati (CE).
"Acho que nós precisamos evoluir para efetivarmos a presidência do senador Tasso Jereissati. O senador Tasso é, ainda, o presidente interino do partido e a minha tese é de que a gente deva evoluir para que ele possa ser o presidente efetivo do partido", disse Ferraço.
Questionado sobre o pedido de prisão de Aécio apresentado pela Procuradoria-geral da República, que será decidido pela Primeira Turma do Supremo na tarde desta terça, Ferraço desconversou. "Vamos aguardar o STF. Uma coisa de cada vez. Você ganha uma guerra dando um passo de cada vez", respondeu.
Considerado crucial nas decisões do Senado, o PMDB já sinalizou que só votará contra um eventual pedido de prisão do senador afastado no plenário da Casa se os tucanos demonstrarem apoio incondicional a ele, o que não vem acontecendo. Nos bastidores, há o entendimento de que, se nem o seu partido defender Aécio publicamente, "não sobra ninguém" para abraçar a causa.
Defesa
Em nota divulgada na semana passada, a defesa do senador Aécio Neves reafirma "que o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal. O empréstimo não envolveu dinheiro público e nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina ou corrupção. O senador tem convicção de que as investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente ocorridos".