A presença do prefeito de São Paulo é considerada importante para reforçar o time daqueles que têm interlocução para convencer a ala mais jovem do partido a, pelo menos, esperar mais um pouco, antes de abandonar o governo à própria sorte e, de quebra, a se comprometer a levar adiante a agenda de reformas. No fim de semana, Doria declarou que a decisão do TSE trouxe uma certa tranquilidade ao país, o que, obviamente, agradou ao PMDB, um partido que hoje não tem candidato a presidente da República.
O prefeito, agora, começará a ocupar mais espaço no cenário nacional, de forma a deixar claro que é, sim, uma opção para os tucanos no caminho para 2018. Doria foi escondido no programa do PSDB que foi ao ar há um mês, quando o presidente afastado, o senador Aécio Neves, ainda detinha o pleno comando da legenda. Hoje, com Aécio fisgado pelos grampos de Joesley Batista e, consequentemente, fora do páreo para a eleição presidencial do ano que vem, o PSDB avalia que não pode prescindir de colocar o prefeito na tela dos presidenciáveis.
A decisão de hoje, de permanecer no governo até segunda ordem, sem que haja uma votação nominal da Executiva, corre o risco de levar o PSDB a perder alguns deputados. Porém, avaliam tucanos, se Doria conseguir convencer parte dos jovens do partido, as baixas serão menores do que as projeções na semana passada.