A Polícia Federal apreendeu, nas buscas feitas na empresa Argeplan Arquitetura e Engenharia, que pertence a João Baptista Lima Filho, amigo e ex-assessor de Michel Temer, documentos de um projeto de reforma de um imóvel, em São Paulo, com o nome de uma das filhas do presidente, Maristela Temer.
;Caixa de arquivo azul com documentos referentes a um projeto de reforma de imóvel c/ nome Maristela Temer, na Rua Silva Celeste de Campos, 343, Alto de Pinheiros/SP;, registra o item 7 do auto de apreensão da Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato, deflagrada no dia 18, que tem como alvo Temer, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).
São dois itens relacionados ao ;projeto de reforma; e ao nome ;Maristela Temer;, localizados na sala de arquitetura da empresa. ;Saco plástico contendo pasta suspensa com edital de concorrência p/ serviço de construção recibo de pagamento em nome de Maristela de Toledo Temer Julia e Projeto de Reforma;, lista o item 10.
A página do site Street View Google na internet registra uma foto de 2014 do endereço. No local, há um imóvel em obra de dois andares. A assessoria de imprensa da Presidência da República confirmou que a casa foi comprada pela filha de Temer e que ela reformaria o imóvel, por isso buscou a Argeplan. Mas que acabou executando a reforma com outro prestador de serviço e pagou com recursos próprios.
Temer é alvo de investigação da PGR, aberta na semana passada, por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, decorrente da delação premiada dos donos do Grupo J ; controlador da JBS.
As buscas na Rua Juataba, número, 68, na Vila Madalena, em São Paulo, sede da Argeplan, tinham como alvo o amigo do presidente. Coronel reformado da Polícia Militar, João Baptista é sócio da empresa. O endereço foi apontado pelos delatores da J como local de entrega de uma caixa com R$ 1 milhão de propina, em dinheiro vivo, em 2014 para uma pessoa indicada pelo presidente Temer conhecida como ;coronel;.
A assessoria da Presidência informou que João Baptista ;cuidava do gerenciamento das campanhas de Temer desde os anos de 1980, sendo natural que tivesse cópias de documentos das disputas anteriores;. O presidente nega qualquer recebimento de valores ilícitos.