"A 13; vara em Curitiba já prendeu vários corruptos, vários empresários, enquanto isso a PGR e o STF estão nessa lentidão", afirmou uma das criadoras do NasRuas, Carla Zambelli. "Todo mundo que sai do foro privilegiado é muito mais facilmente julgado, e não era para ser assim, era para o Supremo julgar com rapidez também."
No pé do boneco de Janot, lê-se a frase: "Todo poder emana de mim". Segundo Carla, outra crítica do movimento é a liberdade dos empresários da JBS, Joesley e Wesley Batista, após um acordo de delação premiada.
"O Moro está sendo responsabilizado por uma coisa legal. Diferentemente do que houve com ele, as gravações da JBS foram legalizadas e não gerou prisão aos empresários. A gente avalia que estão sendo dois pesos e duas medidas", avaliou Carla.
A organizadora explicou que uma das justificativas para que o protesto fosse nesta terça-feira era que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julgaria o juiz Sérgio Moro por reclamações disciplinares referentes à divulgação de grampos telefônicos entre a então presidente Dilma Rousseff e Lula. No julgamento, porém, as reclamações foram retiradas da pauta.
Já o protesto contra Gilmar Mendes tem razões específicas, diz Carla. Segundo ela, o ministro tem tomado "decisões superesquisitas". Com cerca de 13 metros, mesmo tamanho do "Enganot", o boneco do ministro do STF tem os rostos de Lula e do ex-ministro José Dirceu nas costas.
"A soltura do Eike Batista, sem se declarar impedido para julgar, a soltura do Dirceu e, por último, ele agora querendo retomar a conversa sobre prisão em segunda instância", afirma Carla.
Apenas os organizadores do NasRuas, cerca de 10 pessoas, se reuniram para o protesto. Enquanto erguia os bonecos, o movimento fez uma transmissão ao vivo no Facebook. Procuradas pela reportagem, as assessorias da PGR e do STF comunicaram que não iam comentar o protesto.