Segundo Molina, esses elementos não permitem garantir se houve ou não edição da gravação. "Por isso, a prova não deve ser considerada no processo, porque ela é um lixo. A inclusão dessa gravação como prova só se justifica em um contexto político em que estamos vivendo", garantiu o perito.
Molina foi irônico ao avaliar a análise feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para justificar a inclusão da fita nas provas que embasam o inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Michel Temer por obstrução de Justiça: "eu conheço as duas pessoas que assinaram o laudo e elas não entendem nada de áudio".
O perito acrescentou que no trecho no qual aparece o diálogo de Joesley com Temer no qual seria avalizada a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em Curitiba (PR), existem, pelo menos, seis pontos falhos e de alto risco. "Estamos falando de um trecho de 17 segundos. Ao longo de toda a gravação, há 50 pontos semelhantes".
Por fim, Molina afirmou que a análise feita no gravador no qual a gravação foi feita não mudará o resultado final. "Eles podem concluir que o gravador é ruim e é mesmo, porque no Mercado Livre é possível comprá-lo por R$ 26. Mas isso não elimina a possibilidade de edição. Para mim, esse material foi editado".