O ministro Edson Fachin autorizou, no início da tarde de quinta-feira (18/5), abertura de inquérito por obstrução de Justiça contra o presidente Michel Temer. Temer é citado na delação premiada do empresário Joesley Batista, presidente do grupo JBS, como sendo um avalista da compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em Curitiba desde agosto do ano passado.
Temer também teria indicado o hoje deputado e ex assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures para resolver problemas da JBS em um litígio que a empresa tinha com a Petrobras, e para ser o responsável pela arrecadação de dinheiro pago pelo grupo empresarial.
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Essa autorização coloca ainda mais pressão sobre o presidente Temer, que havia cobrado do Supremo o acesso aos áudios e ao conteúdo da delação premiada de Joesley e Wesley Batista, para saber o teor das denúncias e averiguar a veracidade dos fatos. Temer inclusive está preparando um pronunciamento que deve ser feito à imprensa por volta das 16h de hoje.
Parlamentares de oposião, aliados e até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já sinalizaram que o agravamento da crise poderá levar à renúncia do presidente da República.
No mesmo despacho que autorizou a abertura do inquérito, Fachin também decidiu quebrar o sigilo das delações, que podem vir a público ainda hoje.