Na noite do dia 7 março, no Palácio do Jaburu, Joesley disse a Temer que havia perdido contato com Geddel diante das investigações que o envolviam. O presidente, então, demonstorou certa preocupação: "É complicado, tem que tomar cuidado", disse.
[SAIBAMAIS] A gravação, ainda segundo a reportagem, mostra que Joesley servia como uma espécie de interlocutor entre os personagens da política nacional que poderiam, eventualmente, complicar a vida de Temer.
Em novembro do ano passado, Geddel, um dos maiores aliados do presidente, teve de pedir demissão. Ele foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de tê-lo pressionado para liberar uma obra no centro histórico de Salvador.
Na noite de quarta-feira (18/5), o colunista deu início a série de reportagens sobre gravações entre Temer e os donos da JBS. A informação de que o presidente teria dado aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha na prisão causou um alvoroço no Congresso Nacional e nas ruas de todo o país.
Mesada milionária
Joesley disse que pagou R$ 5 milhões a Cunha, após a prisão dele, em outubro do ano passado. O ex-deputado foi condenado em primeira instância na Lava-Jato e, mesmo detido, enviou perguntas a Temer sobre pagamentos em campanhas eleitorais.
A reportagem conta, ainda, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi filmado pedindo R$ 2 milhões a Joesley e que a quantia foi entregue a um primo do tucano, em uma ação gravada pela Polícia Federal.
De acordo com o que foi homologado pelo ministro Edson Fachin, os sete donos da JBS não serão presos e nem usarão tornozeleiras eletrônicas. Uma multa de R$ 225 milhões será paga para livrá-los das operações Greenfield e Lava-Jato, que investigam a JBS há dois anos. Essa conta pode aumentar quando (e se) a leniência com o DoJ for assinada.