Segundo a reportagem, publicada na plataforma on-line do veículo, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver a questão. Ele foi posteriormente filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley Batista.
O presidente teria ouvido do empresário Joesley Batista, da JBS, que ele estava dando uma "mesada" a Cunha e ao operador Lúcio Funaro na prisão para que ficassem em silêncio. De acordo com o colunista, Temer teria reafirmado: "Tem que manter isso, viu?".
A reportagem conta, ainda, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi filmado pedindo R$ 2 milhões a Joesley e que a quantia foi entregue a um primo do tucano, em uma ação gravada pela Polícia Federal.
R$ 5 milhões a Cunha
Nas gravações, Joesley disse que pagou R$ 5 milhões a Cunha, após a prisão dele, em outubro do ano passado. O ex-deputado foi condenado em primeira instância na Lava-Jato e, mesmo detido, enviou perguntas a Temer sobre pagamentos em campanhas eleitorais.
De acordo com o que foi homologado pelo ministro Edson Fachin, os sete delatores não serão presos e nem usarão tornozeleiras eletrônicas. Uma multa de R$ 225 milhões será paga para livrá-los das operações Greenfield e Lava-Jato, que investigam a JBS há dois anos. Essa conta pode aumentar quando (e se) a leniência com o DoJ for assinada.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, afirmou que é importante as gravações citadas na reportagem serem tornadas públicas, na íntegra, o mais rápido possível. "São estarrecedores, repugnantes e gravíssimos os fatos noticiados por O Globo a respeito de suposta obstrução da Justiça praticada pelo presidente da República e de recebimento de dinheiro por parte dos senadores Aécio Neves e Zezé Perrella", comentou, em nota.
"A sociedade precisa de respostas e esclarecimentos imediatos. As cidadãs e cidadãos brasileiros não suportam mais conviver com dúvidas a respeito de seus representantes. Por isso, as gravações citadas precisam ser tornadas públicas, na íntegra, o mais rapidamente possível". Acrescentou que a apuração deve ser feita com celeridade, "dando aos acusados o direito à ampla defesa e à sociedade a segurança de que a Justiça vale para todos, independentemente do cargo ocupado".
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