No dia em que Michel Temer completa um ano na Presidência, opositores ao governo divulgaram na internet documento que busca mostrar um conjunto de 365 conquistas sociais perdidas desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O arquivo chamado "Um golpe por dia" pode ser baixado a partir do perfil do Facebook do grupo e criador do projeto "Alerta Social ; Qual direito você perdeu hoje?", que reúne ativistas, pesquisadores, especialistas e gestores. Entre os signatários da iniciativa, estão o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, o economista Paul Singer e a psicólogo e professora Ana Bock.
Na publicação, foi feita uma cronologia dos últimos 12 meses com 365 fatos que implicaram, segundo o grupo, na perda de direitos dos brasileiros. A cada mês, foi destacado uma política pública e como ela está sendo conduzida pelo atual governo.
"Esse caminho dá a noção de como um projeto sem voto, de desenvolvimento excludente, com visão de Estado mínimo, com práticas autoritárias, de salvaguarda aos interesses do capital nacional e internacional se instala e ganha vigor no Brasil", afirma o documento.
Crítica a reformas
Entre as medidas, foram citadas a extinção de ministérios e órgãos de fundamental importância, como os da Previdência Social e do Desenvolvimento Agrário e a Controladoria Geral da União, o descaso com as políticas sociais e às reformas propostas pelo governo Temer.
"Não é possível assistir à perda de direitos e ao golpe à democracia e ao povo brasileiro sem reação. A sociedade precisa estar alerta e denunciar cada ato desse desgoverno ilegítimo. Este canal foi criado para contribuir nesse processo", justifica a equipe.
A apresentação do site do grupo ressalta que a plataforma é um espaço de "luta e resistência contra o golpe, que atinge os mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras, mas afeta principalmente os mais pobres, mais vulneráveis à perda de direitos sociais".
Solenidade no Planalto
Já o presidente Michel Temer, em uma solenidade no Palácio do Planalto, realizada nesta manhã, afirmou que "muitas mentiras estavam sendo ditas sobre suas propostas" e que seu governo não retiraria dinheiro dos mais pobres.
"Reajustamos em 12% o Bolsa Família, ampliamos o número de pessoas beneficiadas pelo Fies e renegociamos as dívidas dos pequenos produtores rurais do Norte e do Nordeste", argumentou.
Temer destacou ainda algumas pautas urgentes para o país na sua avaliação, como a aprovação da reforma da Previdência: "Já avançamos muito na base do diálogo e do bom senso. Mas precisamos de uma reforma para garantir a aposentadoria".
O evento contou com a presença de ministros, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; e do presidente interino do Senado, Cássio Cunha Lima; além de presidentes de estatais e líderes do governo no Congresso.