[SAIBAMAIS]Um deles foi o vice-líder do governo na Casa, Darcísio Perondi (PMDB-RS). Antes de defender a necessidade da reforma da Previdência, o deputado disse que Lula deve ir para a cadeia, comentário que acabou seguido de vaias. Na mesma linha, João Gualberto (PSDB-BA) chamou Lula de ;chefe da máfia; e afirmou que ;não é possível ter a cara de pau de defender um mafioso bandido como aquele;. ;Eu nunca vou defender um bandido que esteja no meu partido;, completou o tucano, que recebeu como resposta dos petistas em plenário, além de vaias, a recomendação de que ;lavasse a boca para falar do presidente Lula;.
O deputado Ságuas Moraes (PT-MT) defendeu o ex-presidente na Câmara, ao dizer que ;Lula vem sendo perseguido por parte do Judiciário brasileiro que busca criminalizar o ex-presidente, o PT, os partidos de esquerda e os movimentos sociais;. Segundo ele, ;as pessoas estão sofrendo pressões físicas e psicológicas para confessar algo que não terão como provar;.
Os líderes do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), e no Senado, Gleisi Hofmann (PR), foram para Curitiba acompanhar o depoimento. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) considerou a mobilização na capital paranaense ;algo inacreditável e até desnecessário;. Segundo ele, não passa de uma tentativa de transformar ;um episódio corriqueiro do processo ordinário em um grande ato político;. ;Não sei a quem isso ajuda ou se faz bem a alguém, até ao próprio ex-presidente;, disse.
Punição
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que a sessão de ontem terá efeitos administrativos, o que significa que os parlamentares ausentes sofrerão desconto de salário. A medida atinge metade da bancada do PT e parlamentares do PCdoB, que foram acompanhar o depoimento de Lula. Dos 58 deputados petistas, 32 não registraram presença na Câmara. Além deles, as deputadas do PCdoB Jô Moraes (MG), Alice Portugal (BA) e Jandira Feghali (RJ) também foram a Curitiba.
Entre os petistas do Senado, apenas Paulo Paim (RS) ficou em Brasília para acompanhar a discussão da comissão da reforma trabalhista, enquanto os outros oito saíram da cidade. A expectativa é de que os senadores retornem hoje para as discussões em plenário.