;As investigações (da Lava-Jato) são tratadas no Judiciário. Elas não vão paralisar o Senado e o governo. Vamos até o final de julho aprovar as reformas. Não tenham dúvida disso. Vamos lutar;, disse Jucá para uma plateia de autoridades e empresários durante o 16; Fórum Empresarial, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Foz do Iguaçu, na manhã desta sexta-feira (21/04).
O senador está na lista dos senadores sob investigação nos inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e que inclui um terço da Casa. Para o parlamentar, o julgamento dos políticos citados nas delações de executivos da Odebrecht na Lava-Jato ocorrerá, no próximo ano, nas urnas. Jucá garantiu que, com as reformas que devem garantir um melhor equilíbrio dos gastos públicos, o país conseguirá atrair investidores. Nesse sentido, o peemedebista afirmou que o compromisso do atual governo é recuperar três pilares perdidos no último governo: a credibilidade do governo, a segurança jurídica e a previsibilidade da economia sem intervencionismo.
;Esperamos entregar esse país com o grau de investimento recuperado em 2018, quando teremos uma eleição pontuada pela responsabilidade deixar o país na direção correta. Temos muita coisa para votar ainda e o julgamento será em 2018;, disse o senador, classificando as delações como ;calúnia;. Jucá renunciou ao Ministério do Planejamento em maio passado após o vazamento de uma gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, em que ele dizia que era preciso ;estancar a sangria; da Lava-Jato, hoje, falou o oposto aos empresários. ;Queremos rapidez na Lava-Jato;, disse.
Impeachment
Ao ser questionado pelo Correio, Jucá minimizou a decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, do STF, em deferir na quinta-feira uma liminar para dar andamento do pedido de impeachment do presidente Michel Temer, à época vice da ex-presidente Dilma Rousseff, feito pelo advogado mineiro Mariel Marley Marra. ;Não deve mudar nada;, garantiu.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que não foi notificado pelo STF sobre a decisão. Caberá ao Supremo verificar junto aos líderes partidários se eles cometeram crime ou não ao não indicar nomes para a comissão.
O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, disse que a preocupação do Palácio do Planalto sobre esse assunto ;é zero;. ;O foco que a gente não vai desviar por mais perturbação que possa ter é a agenda de reformas;, garantiu. Para ele, a base governista está sólida e que vai conseguir aprovar as propostas enviadas pelo Executivo.
Na avaliação de Imbassahy, a maior preocupação para a semana que vem será a aprovação dos destaques do projeto de lei do Regime de Recuperação Fiscal dos estados, aprovado após cinco tentativas de votação em plenário na Câmara nesta semana. Ele disse que o apoio da reforma da Previdência será superior aos 308 votos necessários. ;Não tenho dúvidas que a gente vai conseguir votar com quorum constitucional e ainda vai ter folga. O número é 308, mas vamos passar disso, com folga;, afirmou.
Maia disse ainda que o novo texto do relator Arthur Maia (PPS-BA) não tem mais que ser alterado. ;Agora fico muito tranquilo. O problema agora é o que contaminou para trás. Tem que tirar a contaminação do passado;, disse. ;O eixo principal da proposta, que é a idade mínima de 65 anos, principalmente, para o servidor público, não pode ser alterado;, emendou.
*a jornalista viajou a convite do Lide