Uma equipe da Polícia Federal de Brasília está no Rio de Janeiro para investigar as ameaças feitas ao juiz Marcelo Bretas, responsável pelas ações da Lava-Jato no Estado. Pelo menos dois planos de assassinato que tinham o juiz como alvo foram descobertos. Bretas, que decretou a prisão do ex-governador Sérgio Cabral Filho, do empresário Eike Batista e do ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, entre outros, teve a segurança reforçada no início de abril. A informação foi publicada pelo jornal O Globo e confirmada pela reportagem do Grupo Estado.
Um dos planos para matar Bretas partiu de um presídio. Outro chegou por telefone, numa ligação ao Disque Denúncia. O juiz, titular da 7; Vara Federal Criminal, começou a ter escolta de agentes federais em fevereiro. Naquele mês, pessoas estiveram na cantina e na portaria do prédio da Justiça Federal e tentaram obter informações sobre a rotina de Bretas.
Há duas semanas, o desembargador André Fontes, presidente do Tribunal Regional Federal da 2; Região, determinou o reforço da segurança. "O tribunal está atento à situação do juiz Bretas. Esse talvez seja um dos maiores desafios que o tribunal enfrenta hoje. Vim aqui simbolicamente dizer a todos que essa preocupação que paira sobre o juiz hoje também é preocupação do tribunal", disse o desembargador, na ocasião.
A equipe da PF de Brasília que está no Rio é a mesma que avaliou as ameaças recebidas pelo juiz Sérgio Moro, da 13; Vara Federal de Curitiba. Moro, a princípio, recusou a escolta, mas desde março de 2016 é acompanhado por agentes federais e se locomove em veículos blindados.
Em outubro passado, quando esteve no Rio para receber o prêmio de Homem do Ano, pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria, Moro esteve o tempo todo sob a vigilância dos agentes. No jantar para 150 pessoas, em que os convites custaram entre R$ 400 e R$ 600, era exigido traje black tie. Os policiais vestiram-se a caráter e misturaram-se aos convidados.