A Odebrecht ofereceu R$ 20 milhões para ex-diretores de Furnas comprarem apoio de congressistas e, com isso, assegurarem a sua permanência nos cargos, afirmou o ex-vice-presidente da empreiteira Henrique Valladares em sua delação premiada. O pagamento de propinas a padrinhos políticos, segundo ele, impediu que os ex-dirigentes da estatal fossem substituídos por "infiltrados" sem compromisso com o esquema da empresa.
Conforme Valladares, a quantia foi colocada à disposição de Márcio Porto, ex-diretor de Construção de Furnas, e de Mário Márcio Hogar, ex-diretor de Engenharia. Em seu depoimento à Procuradoria-Geral da República, Valladares citou como possíveis beneficiários o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) - que por conta da menção é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) -, o ex-deputado Sandro Mabel (PR-GO), assessor informal do presidente Michel Temer, e o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado no mensalão e que atualmente preside seu partido.
O advogado de Raupp, Daniel Gerber, contestou "a falsidade das alegações que fazem contra" seu cliente. Valdemar Costa Neto disse, via assessoria, que não comentaria. A reportagem não localizou os outros citados.