Em depoimento à Prouradoria-Geral da República, o empresário Marcelo Odebrecht afirmou não conhecer "nenhum político no Brasil que tenha conseguido fazer qualquer eleição sem caixa dois". Marcelo é um dos delatores da Operação Lava-Jato e o conteúdo de seu depoimento veio a público nesta quarta-feira (12/4). Assista à delação premiada na íntegra aqui.
"Não existe ninguém no Brasil eleito sem caixa dois. O cara pode até dizer que não sabia, mas recebeu dinheiro do partido que era caixa dois", disse Odebrecht. "Esse crime eleitoral tudo mundo praticou", destacou.
O empresário também falou sobre repasses ao PSDB e ao presidente nacional da sigla, o senador Aécio Neves (MG). "Parece que também teve uma parte desse caixa dois aí das contribuições do PSDB de Minas. Não sei quanto do Aécio ou não. Parece que teve alguma coisa de marqueteiro, que não era pra ser, aquele princípio nosso não era pra ter", contou Odebrecht.
"Praticamente, com a assunção do governo Lula, passou a ser grande a interface nossa com o PSDB. Eu não sei precisar quantas dessas contribuições do PSDB foram para o Aécio, para os candidatos, quanto isso foi de caixa dois. Como é coisa antiga... sei que eram montantes relevantes, a gente tá falando da ordem de pelo menos 50 milhões. O Henrique comentou uma época, eu até estimulei, ;olha, é o único ponto que a gente tem hoje de relacionamento com o PSDB, Aécio é uma pessoa importante, vai ser importante, eu acho que vale a pena você assumir essas contribuições;", completou o empresário, que também afirmou lembrar de "ter tido várias reuniões com Aécio".
Eleições 2014
O peessedebista também é citado no momento em que Marcelo Odebrecht fala sobre as eleições de 2014, em que o senador mineiro enfrentou a ex-presidente Dilma Rousseff. Ainda na pré-campanha, a empreiteira já acertou repasses ao tucano. "Precisavam ter gastos de pré-campanha aí acertei com ele valor de gastos para a pré-campanha. Aparentemente, pode até ter sido com doação oficial para o PSDB. Bancou durante dez meses valores, era 500 mil por mês, durante dez meses", relatou. "Eram valores relevantes na pré-campanha para 2014, esse foi o valor que eu acertei com Aécio um momento, depois fizemos doação oficial a Aécio, mais ou menos o mesmo montante de Dilma [...] Do ponto de vista oficial a gente equilibrou o valor de Aécio com o valor de Dilma", acrescentou.
Já durante a campanha, às vésperas do pleito, Aécio teria pedido ajuda à Odebrecht para tentar impedir uma vitória de Dilma no primeiro turno. "Pediu um encontro comigo. Eu falei: ;Aécio, é complicado, eu não posso aparecer doando mais pra você do que pra Dilma;. Ele também tinha assumido compromisso de apoiar algumas candidaturas e coincidiu algumas pessoas que a gente tinha relação, eu lembro, ele falou alguns nomes. Agripino. Eu disse ;pô Aécio, esse é um candidato que não tem nenhum problema, então a gente apoia", afirmou o empresário.
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