Segundo o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o senador Romero Jucá (PMDB) teria sido o contato da Odebrecht com o partido no Senado. Ele teria sido comunicado disso por Cláudio Melo Filho, executivo da empreiteira e o responsável pela relação da Odebrecht com o Congresso. ;O que a gente sabe, que o Cláudio sempre dizia para a gente é que no Senado a pessoa que ele sempre se referia era o Jucá. O Jucá quem coordenava o PMDB no Senado. O que Cláudio falava para a gente era que todos os interesses financeiros da campanha do Renan, do Eunício, todo resto do PMDB, eram coordenados pelo Jucá;, afirmou em delação.
Odebrecht ainda detalhou à Procuradoria-Geral da República a estrutura de arrecadação do PMDB, mas relata que não se envolvia diretamente nas negociações. De acordo com o empreiteiro, a relação da empresa com o partido e seus principais caciques no Congresso se dava por meio de Claudio Melo. ;Todas as reuniões tanto comigo quanto com os outros eram bem protocolares. Eu nunca tive nenhuma reunião com eles que não fosse protocolar;, afirma.
O ex-secretário da Presidência Geddel Vieira Lima (PMDB) foi apontado por Odebrecht como ;um cara que briga pela gente;. ;Qualquer coisa que você pede lá, Geddel vai, se desgasta, faz e acontece;, explicou.
Além disso, ;na Câmara tinha a questão do Eliseu Padilha que coordenava um grupo, mas era um pouco mais difuso;, segundo Odebrecht. O delator afirma que a exceção era o deputado Eduardo Cunha, que não tinha relação tão forte com Melo. Cunha teria se comunicado com vários empresários.
Marcelo Odebrecht foi preso em junho de 2015.