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Cinco são presos por desvios na Confederação de Desportos Aquáticos

A PF apura para onde foram destinados cerca de R$ 40 milhões repassados à confederação, que recebe recursos públicos federais e é patrocinada pelos Correios

Após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo, a Polícia Federal prendeu cinco pessoas na Operação Águas Claras, que investiga o desvio de recursos públicos destinados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Segundo a PF, dirigentes do órgão e empresários são investigados por suspeita de participarem do esquema. Cinco pessoas foram presas, quatro foram conduzidas coercitivamente a unidades da PF em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entre os presos está o presidente da CBDA, Coaracy Nunes.



Outros 16 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Todas as medidas foram expedidas pela 3; Vara Criminal Federal de São Paulo. A Operação Águas Claras ocorre em ação conjunta da PF, Ministério Público Federal (MPF), com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU).

[SAIBAMAIS]Os crimes investigados são de peculato - que é a subtração ou desvio, por abuso de confiança, de dinheiro público ou de coisa móvel apreciável, para proveito próprio ou alheio, por funcionário público que os administra ou guarda -, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações.

A investigação apura para onde foram destinados cerca de R$ 40 milhões repassados à confederação. No esquema criminoso, a PF cita indícios de que os desvios ocorriam por meio de convênios leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação, conforme previsto em lei e nos contratos assinados. "Segundo o inquérito policial, ao invés dos valores recebidos serem aplicados corretamente (em incentivos aos esportes aquáticos e na viabilização de práticas esportivas aquáticas), os recursos eram mal geridos ou desviados para proveito pessoal dos investigados", diz a PF em nota.

Empresa privada

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos é uma empresa privada, mas recebe recursos públicos por meio de convênios com o Ministério do Esporte, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, da Lei Agnelo Piva. A CBDA também recebe patrocínio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que também é empresa pública.