Os novos ministros da Saúde, Gilberto Occhi, e dos Transportes, Valter Casimiro Silveira, negam constrangimento em assumir as respectivas pastas em um momento em que o governo está sob a mira do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Empossados pelo presidente Michel Temer, os dois frisaram o desejo de dar continuidade às gestões dos antecessores.
A Operação Skala, desbaratada na última quinta-feira (29/3), apura suspeitas em torno de doações eleitorais irregulares feitas a Temer pelo grupo Libra, empresa especializada em logística portuária. Amigos de Temer, como o empresário José Yunes, ex-assessor especial do emedebista, foram presos e liberados no processo. As prisões foram autorizadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Para Occhi, não há desconforto em assumir a pasta no momento atual. ;As pessoas estão sendo investigadas. Acho que todos nós queremos que todas as questões sejam esclarecidas, e não um julgamento precipitado e condenação antecipada;, disse.
O agora ministro da Saúde defende que esclarecimentos sejam adotados e disse que não fará ;linchamento público; de ninguém. ;O que queremos é oportunidade para todos. Todos são inocentes até que se provem o contrário. Essa é a regra básica da nossa Constituição e do código penal;, destacou. Ele mostrou, ainda, empenho para contribuir com a missão do governo de fazer o Brasil retomar a economia e oportunidade para os brasileiros. ;Que clamam por saúde, oportunidade na educação, por emprego e segurança. Nenhum brasileiro quer a volta da inflação alta e dos juros altos;, disse.
A avaliação de Silveira não foi muito diferente. O novo ministro dos Transportes destacou que é servidor de carreira desde 2006 e não mostrou qualquer embaraço em assumir a pasta no momento atual. ;Represento uma pasta importante para o país. Uma pasta de infraestrutura que tem muito o que fazer. Vamos dar continuidade ao trabalho que vinha sendo desempenhado e fazer o máximo possível de entregas (de obras), porque é isso o que a população quer;, afirmou.