As autoridades suíças e europeias resolveram estender o embargo contra a entrada da carne brasileira a todos os 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca. Até agora, a barreira era apenas aos quatro frigoríficos que efetivamente exportam para a Europa.
Ainda que a maioria dessas empresas não venda para o mercado suíço, a medida tem como objetivo evitar uma manobra dos exportadores para usar o território suíço para conseguir que a carne brasileira chegue aos mercados europeus.
A União Europeia também indicou que havia solicitado ao Brasil retirar da lista de exportadores qualquer empresa envolvida no caso. Inicialmente, havia citado apenas as quatro empresas, já que esse seria o número de estabelecimentos que de fato estariam participando do comércio internacional. Mas, na sexta-feira, o bloco europeu deixou claro que o embargo estaria válido para todas as citadas na operação e que representassem riscos.
A UE ainda indicou que todos os carregamentos das empresas citadas na operação seriam impedidos de passar as fronteiras do bloco, mesmo que já estivessem em navios a caminho da Europa. As próprias autoridades brasileiras já haviam barrado a exportação das 21 empresas e a nova postura, na prática, não muda a realidade.
A partir de hoje, o comissário de Saúde da UE, Vytenis Andriukaitis, vai insistir com o governo brasileiro de que precisa ter confiança no sistema de controle sanitário do País para continuar a importar produto local. A Suíça não faz parte da Comissão Europeia, mas há anos tem como tradição seguir os mesmos padrões adotados por Bruxelas. Segundo o Escritório de Veterinária, porém, banir toda a carne brasileira do mercado suíço seria "desproporcional".