Grupos que organizaram protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff voltaram às ruas neste domingo (26/3). Em Brasília, os manifestantes começaram a se reunir por volta das 10h30, na Esplanada dos Ministérios. Segundo a Polícia Militar, 630 pessoas participaram da ação. Às 12h, o pequeno grupo começou a deixar o local, deixando lápides com figuras políticas em frente ao Congresso. Entre elas, Dilma Rousseff, Romero Jucá, Fernando Collor, Aécio Neves, Gleisi Hoffmann.
A organização do evento esperava reunir de 5 a 10 mil pessoas. De acordo com Juliana Dias, do movimento ;Vem pra Rua;, o grupo foi prejudicado porque o metrô do DF ficou fechado até as 10h. "Foi sacanagem do Rollemberg", reclamou a militante. O Metrô-DF anunciou, na sexta-feira, que funcionaria em horário especial ; das 10h às 22h ; neste domingo em função do clássico Flamengo x Vasco, marcado para as 18h30, no Mané Garrincha.
Com pauta mais difusa em comparação à última vez que o grupo saiu às ruas, os manifestantes declararam apoio à Lava-Jato e alegavam luta pelo fim do foro privilegiado e contra a lista fechada nas eleições, modelo em que o eleitor vota em uma lista de candidatos predefinida pelo partido. Nas ruas, cartazes criticavam o ex-presidente do Senado Renan Calheiros e simulavam o enterro da "velha política".
As reivindicações também incluem críticas ao uso de recursos públicos em campanhas eleitorais, aumento do fundo partidário. Alguns grupos também apoiam a revogação do Estatuto do Desarmamento e a intervenção militar. A professora aposentada Priscila La Banca, de 53 anos, foi ao protesto de Brasília contra o financiamento público de campanha: "Não quero dinheiro meu financiando político, quero escola e hospital", argumentou.
Fora, Temer?
Os protestos ocorrem duas semanas após das manifestações contra a reforma da Previdência, organizadas por centrais sindicais e entidades ligadas a movimentos sociais, que levaram milhares às ruas em 17 Estados, nas quais foram ouvidos gritos de ;fora, Temer;.
Para os organizadores, os atos deste domingo não são um contraponto aos de 15 de março. Antes das manifestações, eles descartaram pedir a saída do presidente Michel Temer. O argumento é de que, por enquanto, não há provas do envolvimento direto do presidente em atos ilícitos.
Trânsito
A manifestação demandou um esquema especial de trânsito na Área Central de Brasília. As vias S1 e N1 do Eixo Monumental foram fechadas do acesso da L4 Sul à Esplanada até a Rodoviária do Plano Piloto. Os motoristas poderão desviar pela parte de trás dos Ministérios, nas vias S2 e N2.