"Apesar de o governo tentar nos convencer que devemos votar o texto que veio, eu acho que não. Acho que há temas em que precisamos avançar, como o trabalho intermitente e outras questões", disse Maia em evento na capital federal. "Acho que há um consenso da sociedade que esse processo de proteção (do trabalhador) na verdade gerou desemprego, insegurança e dificuldades para os empregos brasileiros. Então nós precisamos ter a coragem de dizer isso", disse Maia.
Com tom crítico acima do visto no governo, o presidente da Câmara defendeu que "o excesso de regras no mercado de trabalho gerou empregos de investidores brasileiros no exterior, não gerou nada no Brasil". "Gerou 14 milhões de desempregados", resumiu.
Além das regras, Maia também disparou contra a Justiça trabalhista. "Juízes tomando decisões das mais irresponsáveis quebraram o sistema de bar, restaurantes e hotel no Rio de Janeiro. O setor de serviço e de alimentação quebrou pela irresponsabilidade da Justiça do Trabalho no Rio", disse. Por isso, destacou, foi preciso regulamentar temas curiosos como a gorjeta.
"Agora tivemos que aprovar uma regulamentação da gorjeta porque isso foi quebrando todo mundo pela irresponsabilidade da Justiça brasileira, da Justiça do Trabalho, que não deveria nem existir", disse Maia em evento na inauguração do novo escritório da agência de notícias Bloomberg em Brasília.
Certo de que a Câmara deverá adicionar itens à proposta de reforma trabalhista, Maia já diz que a Casa vai "desagradar" ao presidente Michel Temer. "Infelizmente, o presidente Michel não vai gostar, mas acho que a Câmara precisa dar um passo além daquilo que está colocado no texto do governo".
Ainda sobre a agenda reformista, Maia disse a reforma da Previdência não tem temas polêmicos. "Não são temas polêmicos. A aposentadoria rural não tem nada de polêmico", disse, ao defender a separação dos benefícios de prestação continuada do pagamento das aposentadorias rurais. Sobre a regra de transição do atual sistema para o novo proposto, o deputado fluminense disse que "qualquer ponto de corte é polêmico" porque sempre quem estiver próximo, mas fora da transição reclamará.