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Temer diz que não há censura no caso envolvendo hacker e a primeira-dama

O governo recorreu à Justiça alegando que o conteúdo no celular da primeira-dama deveria ter o sigilo garantido

O presidente da República, Michel Temer, disse nesta segunda-feira (13/2), após declaração à imprensa, que não houve censura no caso da decisão do juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21; Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que proibiu quaisquer veículos de divulgarem o conteúdo encontrado no celular da primeira-dama Marcela Temer, sob pena de multa de R$ 50 mil. "Não houve isso, você sabe que não houve", disse a jornalistas, visivelmente constrangido.

[SAIBAMAIS]Nesta segunda-feira (13/2), associações ligadas a emissoras de rádios, televisões, jornais e revistas divulgaram notas criticando o "cerceamento à liberdade de imprensa" no episódio. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo na sexta-feira mostrou que o hacker que obteve os dados de Marcela Temer tentou extorquir dinheiro dela e chegou a afirmar que iria pôr o nome do presidente Michel Temer (PMDB) "na lama".

O governo recorreu à Justiça alegando que o conteúdo no celular da primeira-dama deveria ter o sigilo garantido. O pedido acatado pelo juiz Raposo Filho foi formulado e assinado pelo subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha.

"O conteúdo das mensagens consta do inquérito policial anexado à ação penal de Souza (o hacker Silvonei de Jesus Souza), que não está mais sob segredo de Justiça. As associações consideram a decisão judicial um cerceamento à liberdade de imprensa e esperam que a sentença seja revista ou reformada imediatamente, garantindo aos veículos de comunicação o direito constitucional de levar à população informações de interesse público", diz a nota das entidades de imprensa.