O secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano, participou nesta terça-feira (7/2) de reunião com a bancada ruralista da Câmara dos Deputados, para apresentar os principais pontos da reforma da Previdência. A Proposta de Emenda à Constituição 287/2016 foi enviada pelo governo federal ao Congresso no final do ano passado.
"Foi uma primeira conversa que se estabeleceu junto com o Parlamento. Vamos esperar a instalação da Comissão Especial para ter um processo de diálogo mais intenso", disse Caetano. O secretário ressaltou que o debate realizado hoje era mais voltado para a Frente Parlamentar da Agropecuária. Foram assuntos relacionados à área rural tanto da parte de benefícios quanto da parte da contribuição. "A previsão atual é de que no primeiro semestre a proposta esteja aprovada no Congresso. O Congresso é soberano. Porém, a conversa de hoje foi muito boa, onde os parlamentares fizeram seus questionamentos e puderam tirar suas dúvidas", acrescentou o secretário.
O novo presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Agropecuária, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), alertou para o fato de que a proposta será aprimorada pelos parlamentares. ;Com certeza, essa proposta não vai terminar do jeito que iniciou. Não vai sair da Casa da forma que ela entrou. Vai ter algumas mudanças que os setores, não só da Frente Parlamentar Agropecuária, vão propor para poder melhorar esse debate da questão previdenciária".
Já a vice-presidente da Frente, deputada Tereza Cristina (PSB-MS), disse estar convicta de que é preciso fazer a reforma da Previdência. "O que nós precisamos agora é debater de maneira responsável como é que nós vamos resolver o futuro. A reunião foi importantíssima, entendemos alguns pontos da transição, mostrando que as pessoas não vão perder direito adquirido. Vai ter essa transição por 20 anos". A deputada ressaltou que a reforma da previdência é urgente e que os parlamentares devem correr os riscos eleitorais. "Nós sabemos que se não fizermos isso agora nós teremos problemas sérios no futuro de que as pessoas não receberão os seus salários. O Brasil é um país jovem mas está envelhecendo muito rapidamente. E essa equação precisa ser mexida agora para que o remédio seja menos amargo no futuro".
O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, afirmou que, no Brasil, cada vez que se discute reformas imediatamente surgem críticas superficiais. E, comparou: "se não tivéssemos feito a reforma monetária com o plano real, nós teríamos certamente uma inflação gigantesca e o país não teria a normalidade como agora. Não há um sistema previdenciário que seja bom para o governo e ruim para a oposição. Há um só. Nós vamos ter que encontrar verdades sobre o processo. É um processo sustentável, que não gera lucro e nem vantagem a ninguém que não seja aquele que contribui e saca da sua aposentadoria".