O presidente Michel Temer reforçou o discurso de que pretende colocar o país de volta nos eixos para o próximo governo durante a posse dos titulares dos novos ministérios. Assim, tentou justificar a criação de mais duas pastas, chegando a 28 no total, contrariando o discurso da austeridade fiscal e de um estado mais enxuto, como dizia no início de governo.
Logo no começo da cerimônia, Temer pediu um minuto de silêncio em respeito à ex-primeira-dama Marisa Letícia. Ao lado dos ministros durante todo o evento, estava sentado o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, que é um dos fortes candidatos para substituir o ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com assessores do Palácio, o fato de ele estar entre os convidados de honra é praxe do cerimonial quando há algum presidente de tribunal em um evento importante.
Foram empossados os ministros Moreira Franco, que assume a recém-recriada Secretaria Geral da Presidência; Alexandre de Moraes, que foi reempossado no agora Ministério da Justiça e da Segurança Pública; Luislinda Valois, que vai comandar o recém-criado Ministério da Direitos Humanos; e Antonio Imbassahy, que passa a comandar a Secretaria de Governo, no lugar de Geddel Vieira Lima, que renunciou em novembro.
Em defesa de Moreira Franco
No caso da nomeação mais polêmica, a de Moreira Franco, que é citado em diversas delações da Operação Lava-Jato e agora passa a ter foro privilegiado, o chefe do Executivo disse que se tratava apenas de uma mera formalidade. "Como secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), ele era líder de delegações e era tratado como ministro. Agora ele vem acrescido de outras tarefas;, disse. ;Tenho certeza de que Moreira Franco continuará a fazer um grande trabalho e deverá receber o aplauso do Congresso Nacional e dos companheiros que estão aqui;, afirmou.
Ao explicar as nomeações, Temer abusou dos termos ;qualitativo; e ;quantitativo;. No caso da inclusão de atribuições de segurança pública ao Ministério da Justiça, Temer reforçou que ;a realidade se impôs;, devido à série de rebeliões em presídios.
O presidente elogiou o histórico de trabalho na Bahia da desembargadora Luislinda (a mais aplaudida da cerimônia) e destacou que a criação da pasta é reflexo ;da importância global; dos direitos das minorias. ;Essa matéria ultrapassou as fronteiras de cada país;, justificou. Ao destacar Imbassahy como articulador com o Legislativo, Temer afirmou que o deputado tucano ;sempre teve uma presença significativa no Congresso Nacional;.
;Singelamente, nosso objetivo é termos tempo para colocar o país no rumo adequado e quem vier depois encontrará uma nação mais acertada, e, principalmente, pacificada;, afirmou ele, reforçando que pretende avançar com as reformas após a vitória expressiva de seus candidatos nas presidências do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.