A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou nesta segunda-feira (30/1) os acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht. A ministra decidiu manter o sigilo dos depoimentos que, agora validados, serão encaminhados à Procuradoria Geral da República (PGR).
[SAIBAMAIS]Cármen se debruçou sobre as delações ao longo do fim de semana. A Lava-Jato estava sob relatoria do ministro Teori Zavascki, morto no último dia 19, que pretendia validar as delações até a primeira quinzena de fevereiro.
A ministra homologou os acordos como plantonista do recesso do judiciário, antes da escolha do novo relator. Segundo o regimento do Supremo, a presidente pode decidir questões urgentes. A decisão ganhou mais respaldo depois de um pedido encaminhado ao STF na última semana pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pedindo urgência nas homologações. Um dos receios com a morte de Zavascki era justamente de que o processo fosse atrasado.
Os trabalhos chegaram a ser suspensos após a morte do ministro, mas, na última semana, Cármen determinou a retomada das atividades. A equipe de Zavascki concluiu na sexta-feira as audiências com os depoente para confirmar o teor das delações e saber se elas foram prestadas por livre e espontânea vontade. Uma vez homologados, os depoimentos são encaminhados à PGR, para embasar as denúncias. As delações atingem em cheio a cúpula do PMDB e podem até duplicar o tamanho da Lava-Jato.