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Depois de quatro anos, Renan Calheiros deixa a Presidência do Senado

Aliados discutem qual função desempenhará nos próximos dois anos: a liderança do PMDB ou o improvável comando da CCJ


Renan não aguentou. ;Há poucos dias, a senadora Gleisi nos procurou para interceder junto ao STF para liberar o marido dela;, afirmou. Paulo Bernardo havia sido preso sob a acusação de desviar, com o intuito de financiar campanhas do PT, recursos de empréstimos consignados de aposentados. ;Renan sabe calibrar exatamente o discurso para aliados e adversários. E esse discurso virá na medida certa do posto que ele ocupa;, resumiu o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz.

Por isso, existe uma dúvida e uma curiosidade muito grandes sobre o destino de Renan daqui para frente. É cada vez menos provável que ele assuma o cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O posto é tentador, mas, ao Correio, ele afirmou não se sentir ;atraído;. Na lista de indicados, estariam Marta Suplicy (SP), Raimundo Lira (PB) e Edison Lobão (MA). O último é o mais cotado. De qualquer forma, Renan teria ascendência na comissão. Lobão é aliado dele e do ex-senador José Sarney (PMDB-AP).

Sarney e Renan, por sinal, têm ficado cada vez mais parecidos. Curiosamente, eles tiveram atritos no início do primeiro mandato de Lula. Renan queria ser presidente do Senado. Lula e o então chefe da Casa Civil, José Dirceu, preferiam Sarney. O alagoano estrilou, mas acabou esperando a sua vez, que chegou em 2005. Recentemente, a aliança entre ambos deu provas de força indiscutível. Sarney foi fundamental na articulação, junto ao Supremo Tribunal Federal, para evitar que Renan fosse afastado da presidência da Casa. Procurado para comentar o assunto, o ex-presidente da República se esquivou. ;Estamos em um momento mais de ouvir do que de falar;, afirmou a pessoas próximas.

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