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Cármen Lúcia analisou delação premiada de 77 pessoas ligadas à Odebrecht

Ministra tem até amanhã, quando termina o recesso do Judiciário, para validá-la ou, então, esperar um novo relator


Somente após a definição, o presidente Michel Temer indicará o nome que substituirá o ex-relator do escândalo de desvio de dinheiro da Petrobras. O ministro a ocupar a vaga de Teori no Supremo herdará o arsenal que constava na mesa do magistrado. No total, há cerca de 7,5 mil processos. Entre eles, há votos determinantes a serem proferidos em ações polêmicas, como a descriminalização das drogas. Existe ainda a relatoria de um mandado de Segurança impetrado pela defesa da ex-presidente Dilma Rousseff pedindo a anulação do processo de impeachment.

A decisão de Temer de só lançar um nome após a definição de Cármen sobre o futuro da Lava-Jato é para minimizar as críticas sobre uma eventual interferência no projeto. O ministro pretendia homologar as delações na primeira quinzena de fevereiro. O receio de que a validação dos depoimentos fosse atrasada motivou um pedido de urgência por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A solicitação deu a Cármen o respaldo necessário para decidir sozinha sobre as homologações antes de definir um relator. Segundo o regimento, a presidente pode decidir em casos de ;urgência;.

Na sexta-feira, a equipe do ministro Teori Zavascki concluiu as audiências de colaboração. Todos os depoentes foram ouvidos para confirmar o teor dos acordos e dizer se prestaram informações de ampla e espontânea vontade. Só então, as delações podem ser homologadas, ou seja, validadas e então usadas para embasar as denúncias do Ministério Público Federal (MPF).

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