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'A gangue do Cabral: ainda falta muita gente', diz Blog do Garotinho

Ex-governador do rio também disse que volume de dinheiro pago em propina e pessoas detidas "não chega a ser surpresa"

A nova ofensiva da Procuradoria da República e da Polícia Federal realizada pela Operação Eficiência na quinta-feira (26), contra a organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) serviu de munição para o rival político do peemedebista e também ex-governador do Estado Anthony Garotinho (PR).

Em sua página pessoal "Blog do Garotinho", ele divulgou um texto na manhã desta sexta-feira (27), intitulado "A Gangue do Cabral: ainda falta muita gente" e no qual o ex-governador afirma que "não chega a ser surpresa" nem o volume de US$ 100 milhões de propinas identificados pelo Ministério Público Federal nem as "pessoas presas".

Além de Cabral, estão presos em Bangu 8 seu ex-secretário de Obras Hudson Braga e seu ex-assessor e sócio na empresa SCF Comunicação Carlos Emanuel Miranda.

"Se somarmos todos os integrantes da quadrilha que desviou dinheiro do Estado nos últimos 10 anos, de todos os setores, a quantia vai ultrapassar em muito US$ 3 bilhões que se transformaram em fazendas, joias, mansões, vacas milionárias, embriões, offshores, castelos no exterior, iates e outras indecências, que o povo do Rio assistiu o saque de seu patrimônio hipnotizado por uma máquina de propaganda que fazia crer que o bandido era o mocinho do Estado", diz Garotinho, ele próprio investigado na Justiça Eleitoral sob acusação de liderar um esquema de compra de votos no município de Campos dos Goytacazes (RJ).

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Garotinho ainda provoca e diz "estranhar" o fato de algumas pessoas ainda estarem soltas. "O que me estranha é o contrário. Como com tantas provas algumas pessoas ainda não estão presas", diz Garotinho.

Apesar das provocações, o rival de Cabral também chegou a ser preso no dia 16 de novembro do ano passado pela Polícia Federal e quase fez companhia ao peemedebista em Bangu. Ele foi detido em sua residência no bairro do Flamengo, na capital fluminense, mas, por motivos de saúde,passou o primeiro dia em um hospital municipal e foi transferido, aos gritos, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no dia seguinte.

A permanência dele em Bangu não durou muito tempo, pois Garotinho precisou ser submetido a um cateterismo que foi realizado em um hospital particular. No dia 18, a ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou liminarmente que o ex-governador fosse para prisão domiciliar, decisão que foi referendada pelo plenário do TSE no dia 24 de novembro.

Solto, ele segue réu na Justiça Eleitoral e provocando seus adversários políticos. Garotinho chega a perguntar em seu blog quanto tempo "levará" para o governador do Rio Luiz Fernando Pezão (PMDB), o presidente da Assembleia do Rio, Jorge Picciani, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Régis Fichtner terem o mesmo destino de Cabral - a Polícia Federal e a Procuradoria da República não citam tais autoridades na Operação Eficiência.