O presidente Michel Temer disse, nesta manhã (11/1), que as facções presentes nos presídios do país atuam em uma ;regra de direito fora do estado; e por isso preocupam o governo. O presidente tentou minimizar a responsabilidade da União na segurança pública, ao dizer que compete aos estados o investimento, mas afirmou que a crise atual exige ações das autoridades federais.
[SAIBAMAIS];A União passou a se interessar por essa matéria porque essas facções constituem-se numa regra de direito fora do estado. E até quando fazem aquela pavorosa matança, fazem baseado em códigos próprios;, afirmou o presidente, usando o mesmo adjetivo que causou polêmica na semana passada, quando ele chamou de ;acidente pavoroso; a chacina em Manaus.
Na última semana, 91 presos foram assassinados em matanças nos presídios de Roraima e Manaus. As mortes foram associadas à retaliações de integrantes das facções Família do Norte (FDN), ligada ao Comando Vermelho, e ao Primeiro Comando da Capital (PCC), rivais.
O presidente lembrou dos valores totais liberados à área pela União nos últimos três anos e reforçou o aumento no investimento às ações. ;No Rio Grande do Sul, eu dizia que o meu desejo é de que daqui a uns anos não haja a necessidade de anunciar a construção de presídios. Mas, no momento, a realidade que vivemos exige a construção de presídios, quando menos seja para retirar as condições desumanas em que o presos se acham;, disse.
Temer fez o discurso no Palácio do Planalto, na abertura de uma reunião sobre infraestrutura. O presidente ainda fez um balanço de ações e medidas do governo federal, como a aprovação da PEC dos gastos, no fim do ano passado.