O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta sexta-feira (6/1) que a situação das rebeliões em penitenciárias não saiu do controle e disse que, inicialmente, a morte de 33 presos no presídio de Roraima não foi resultado de uma briga entre facções. De acordo com o ministro, informações preliminares repassadas pela governadora do estado, Suely Campos, dão conta que a rebelião foi motivada por um ;acerto interno de contas; e não há informações sobre a possibilidade de uma "onda" de motins.
[SAIBAMAIS]Segundo o ministro, desde as últimas rebeliões no presídio de Roraima, em outubro, os integrantes das facções foram separados. ;Eu conversei com a governadora de Roraima pela manhã. Não é, aparentemente, uma retaliação do PCC em relação à Família do Norte. Os 33 presos eram da mesma facção, ligados ao PCC. Três deles eram estupradores que estavam separados, e os demais eram rivais internos que haviam traído os demais, segundo as informações. Seria um ;acerto interno;, o que não retira a gravidade do fato;, disse.
Embora negue relação entre os fatos, o governo federal tinha informações de que sobre riscos de rebeliões em outros presídios do país. O assunto foi tratado durante reunião do núcleo institucional do governo, com o presidente Michel Temer, na manhã de ontem. Mas o ministro afirmou que não se trata de uma "onda"de retaliações e disse que cabe ao governo estadual coletar informações sobre os presídios.
"Pela troca de informações, feita pelos secretários, eles não veem o risco disso (de virar uma onda). O que eles veem é o oportunismo. De mortes oportunistas. A partir da notícia de uma rebelião, as pessoas comecem a agir contra seus desafetos. Isso tudo antes do que ocorreu em Roraima. Porque em Roraima, eu tive uma informação muito rápida, e terei mais condições de analisar um quadro geral.
O ministro afirmou ainda que o estado já registrava problemas desde o ano passado e negou ligações entre a tragédia em Roraima e Manaus. ;A situação não saiu do controle. Roraima já tinha tido problemas anteriormente. Roraima no segundo semestre;, afirmou. Em outubro do ano passado, 25 presos morreram no presídio durante um confronto entre facções.
"O controle do sistema penitenciário estadual é controlado por cada um dos governos, que repassam as informações, estamos acompanhando as trocas de informações. A PF vem acompanhando. O que vem sendo feito, e não só depois dessa rebelião, mas obviamente isso aumentou, é a troca de informações", afirmou.