O Planalto aposta em sinais emitidos por interlocutores, no Supremo Tribunal Federal, de que o Judiciário não vai interferir na sucessão da Câmara, o que é bom para a candidatura do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nome favorito do governo. Esses sinais aumentaram no fim do ano passado, após a quase crise entre Legislativo e Judiciário em torno do afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. Sem o entrave jurídico, a expectativa do governo é que Maia seja reeleito no próximo dia 2 de fevereiro.
[SAIBAMAIS]Mas, para evitar surpresas desagradáveis, a estratégia é que Maia comece a angariar apoios nos diversos partidos, da base e da oposição, dando musculatura ao seu nome, antes de se apresentar oficialmente como candidato à reeleição. ;Se ele conseguir consolidar-se de fato, ficará mais difícil ainda um questionamento judicial posterior;, disse um estrategista do governo.
Apesar do discurso oficial de que não vai interferir na sucessão da Casa, o Planalto torce pela reeleição de Maia. O deputado do DEM tem sido um aliado importante do governo, encaminhando todas as votações que interessam ao Executivo ; exceção feita à renegociação das dívidas sem a necessidade de contrapartida pelos estados. Ele alegou, na época, que apenas pautou o assunto e que o resultado acabou expressando o desejo dos demais parlamentares.
Maia e o presidente Michel Temer se reuniram ontem no Planalto por cerca de uma hora. Oficialmente, foram discutir o calendário de votações da Câmara e a renegociação da dívida do Rio de Janeiro. Logo depois, o presidente da Câmara foi para um almoço com o novo líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), e o provável futuro ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA).