Julia Chaib
postado em 13/12/2016 16:34
Nesta terça-feira (13/12), dia de protestos contrários aos projetos de ajuste fiscal defendidos pelo governo, o presidente Michel Temer comemorou a aprovação em segundo turno da PEC do Teto dos Gastos no Senado e minimizou a piora no placar favorável à proposta. No primeiro turno, 61 senadores votaram a favor da PEC 55 e 14, contra. Nesta terça, foram 53 votos favoráveis e 16 contrários. Temer ainda admitiu que o país passa por "adversidades", mas afirmou que o Brasil não ficará "paralisado".
A proposta de emenda à constituição limita o crescimento dos gastos públicos à variação da inflação no ano anterior e inclui as áreas de saúde e educação. "Completou-se o ciclo da primeira emenda que visa a tirar o país da recessão", disse. Atingido por denúncias no âmbito da Lava-Jato, que ainda encosta na cúpula do PMDB e do Palácio do Planalto, Temer afasta possível perda de apoio e associa a queda dos votos ao horário da sessão, convocada para as 10h, quando costuma começar à tarde. "Muitos parlamentares estão chegando agora e (o placar) mudou por outras razões que não o apoio ao governo. Isso se deveu a ausências de senadores e não votos contrários", afirmou.
Nesta terça, 70 senadores registraram presença em Plenário. Faltaram à sessão durante a manhã dez parlamentares da base, dos quais oito haviam votado no primeiro turno. Não compareceram às sessões em nenhum dos turnos os senadores Romário (PSB-RJ) e Virgínio de Carvalho (PSC-SE).
"Coragem"
Em evento no Palácio do Planalto, Temer exaltou a aprovação da proposta e disse que é preciso ter "coragem" tocar à frente as medidas, incluindo a reforma da Previdência, polêmica dentro da própria base. "É preciso coragem, porque, convenhamos, estamos enfrentando adversidades. Estamos enfrentando adversidades para obter o verso. A adversidade é o embaraço, e o verso é o crescimento", afirmou.
Na semana seguinte à delação da Odebrecht que incrimina o núcleo duro do governo, Temer passou a encampar uma agenda positiva, em um esforço para aprovar as medidas no Congresso e ainda divulgará um mini pacote econômico. "Pode vir a noticia que vier, o país não ficara paralisado. Contra o argumento, eu apresento um documento. Contra o argumento, eu apresento um fato. Há propostas sendo aprovada pelo Congresso, há valores sendo disponibilizados para o crescimento do país", disse o presidente.
Ele deverá enfrentar dificuldades na aprovação da admissibilidade da PEC da reforma da Previdência nesta quarta-feira (13/12), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na Câmara. Partidos da oposição e parlamentares da base ameaçam obstruir a votação e jogá-la para o ano que vem, contrariando os interesses de Temer.
Ele deverá enfrentar dificuldades na aprovação da admissibilidade da PEC da reforma da Previdência nesta quarta-feira (13/12), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na Câmara. Partidos da oposição e parlamentares da base ameaçam obstruir a votação e jogá-la para o ano que vem, contrariando os interesses de Temer.
Temer pediu, nesta segunda-feira (12/12), que a Procuradoria Geral da República acelere o processo de investigação da Lava-Jato,para não atrapalhar o país. "Ha conflitos, há problemas, há. Mas não podemos mantê-los indefinidamente. Por isso, pedi para que essas coisas acusatórias venham logo à luz. Para quem for acusado, possa se defender", afirmou.