. Com isso, a ideia original do texto foi totalmente danificada, na avaliação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"As 10 Medidas contra a corrupção não existem mais. O Ministério Público brasileiro não apoia o texto que restou, uma pálida sombra das propostas que nos aproximariam de boas práticas mundiais", criticou.
Ameaça de renúncia
Mais cedo, procuradores da Lava-Jato ameaçaram renunciar e encerrar os trabalhos de combate à corrupção caso o texto seja aprovado pelo Senado como saiu da Câmara.
Após as críticas da equipe da Lava-Jato, Renan reagiu, dizendo que a aprovação das medidas "é uma decisão sobre a qual não pode haver pressão externa". "Não se pode fazer cadeia nacional para pressionar por nada que absolutamente conteste, esvazie o estado democrático de direito", criticou.
A possibilidade de urgência, que, em tese, poderia facilitar a aprovação como veio da Câmara, gerou bate-boca no Plenário. "O senhor está cometendo abuso de autoridade", afirmou o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Inscreveram-se para fala contra o requerimento os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Randolfe Rodrigues (REDE-AP). "Arguo a intempestividade de votar a medida neste momento", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Randolfe chamou a votação dos deputados de "golpe dado na calada da noite". Entre as alterações estão previstas medidas de controle maior do Judiciário, o que foi encarado como vingança a ação da Justiça ao investigar políticos.