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Joalheira entrega à PF nota fiscal de R$ 600 mil de Cabral por anel de ouro

Juntos, Sérgio e Adriana Cabral gastaram menos R$ 1 931.828,00 em joias, segundo as notas fiscais entregues pela H Stern

postado em 28/11/2016 10:39
Juntos, Sérgio e Adriana Cabral gastaram menos R$ 1 931.828,00 em joias, segundo as notas fiscais entregues pela H Stern

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) gastou R$ 1,372 milhão em quatro anéis e um colar da H. Stern, entre 2013 e 2015, segundo notas fiscais entregues pela joalheria à Polícia Federal, na Operação Calicute.

Foram comprados um colar de ouro nobre 18k com diamante, avaliado em R$ 81 mil, um anel de ouro nobre 18k com diamante, R$ 30 mil, um anel de ouro amarelo 18k com rubi, R$ 600 mil, um anel de ouro branco 18k com Brilhante Solitário, R$ 319 mil, e um anel de ouro branco 18k com esmeralda, R$ 342 mil.

A joalheria H.Stern encaminhou à Operação Calicute, "notas fiscais e certificados" de compras de Sérgio Cabral, de sua mulher a advogada Adriana Ancelmo e de outros investigados na Calicute. Juntos, Sérgio e Adriana Cabral gastaram menos R$ 1 931.828,00 em joias, segundo as notas fiscais entregues pela H Stern.

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7; Vara Federal, do Rio havia ordenado a entrega da documentação emitida ao peemedebista, outros 11 investigados e 43 empresas na mira da investigação que prendeu o ex-governador do Rio em 17 de novembro.

PF/Divulgação

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Naquele mesmo dia, em depoimento à Polícia Federal, a diretora-comercial da H.Stern, Maria Luiza Trotta, afirmou que levava joias, anéis de brilhante e pedras preciosas, na residência de Sérgio Cabral, para que o ex-governador e sua mulher fizessem uma "seleção" da peça a ser escolhida. Segundo Maria Trotta, os pagamentos era feitos em dinheiro vivo.
[SAIBAMAIS]
As notas fiscais e certificados encaminhados à Polícia Federal pela joalheria são referentes ao casal Cabral, aos supostos operadores do ex-governador e as respectivas mulheres.

Uma das notas, em nome do "consumidor" Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho aponta R$ 111 mil e forma de pagamento "dinheiro". O valor foi desembolsado por um colar de ouro nobre 18k com diamante, de R$ 81 mil, e um anel de ouro nobre 18k com diamante, R$ 30 mil.

Em agosto de 2012, uma nota fiscal aponta que Adriana Ancelmo comprou um brinco de ouro branco 18k com turmalina por R$ 305 mil. Certificados emitidos pela joalheria indicam ainda um brinco de ouro nobre 18k com esmeralda, por R$ 50 mil, e um colar de ouro nobre 18k com esmeralda, por R$ 165 mil.

Planilha da joalheria aponta ainda uma compra de taça de cristal para água por R$ 2.770,00 e um vaso em cristal Baccarat, por R$ 16,5 mil, por Adriana Ancelmo.

No ofício enviado à Polícia Federal, a H.Stern informou que "nesse primeiro levantamento foram encontrados alguns certificados de produtos desacompanhados da respectiva nota fiscal, motivo pelo qual se procedeu a (re) emissão do título fiscal para não haver dúvidas sobre o recolhimento do imposto".

"Informamos que com o objetivo de prestar nossa cabal colaboração com as investigações em curso, foram incluídos em nossas buscas alguns nomes de pessoas possivelmente[SAIBAMAIS][SAIBAMAIS] ligadas aos investigadores, tendo logrado êxito em encontrar notas fiscais em nome das Sras Adriana de Lourdes Ancelmo Cabral, Maria Angélica Santos Miranda e Claudia de Moura Soares Bezerra, esposas, respectivamente, dos Srs. Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda e Luiz Carlos Bezerra", relatou a joalheria.

Durante as buscas da Calicute na casa de Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo, a Polícia Federal apreendeu estojos de com cerca de 300 anéis, braceletes, colares de pérola e pedras preciosas. As joias estão sendo analisadas por peritos. A PF suspeita que o ex-governador usava a compra de joias para lavar dinheiro.

Sérgio Cabral é suspeito de comandar um esquema que girou R$ 224 milhões em corrupção e propinas. Os valores teriam saído de contratos de obras entre gigantes da construção civil e o Estado do Rio, durante seus dois mandatos, entre 2007 e 2014.

A reportagem procurou a defesa de Adriana Ancelmo e Sérgio Cabral. O espaço está aberto para manifestação.

Por Agência Estado

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