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Politica

Em momento de crise no governo, PSDB demonstra novamente divisões internas

Para alguns, o ideal é embarcar de vez no apoio a Temer; para outros, o melhor é não se envolver. A falta de estratégia antecipa a disputa que tomará conta da sigla em 2018



A crise que levou à demissão de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo, em razão das denúncias do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, aumentou as apreensões da cúpula do PSDB em relação ao governo Temer. Há duas tendências na legenda: uma defende maior envolvimento do partido com o governo, que é fruto da campanha pelo impeachment; outra prefere manter-se como força que apoia, mas não quer dar a cara a tapa. Ambas miram a sucessão presidencial de 2018 e avaliam que o governo vive um momento delicado, por causa do bombástico depoimento de Calero acusando Temer de tê-lo pressionado para favorecer Geddel em um empreendimento imobiliário em Salvador.

O grupo ligado ao ministro das Relações Exteriores, José Serra, avalia que o PSDB está por demais comprometido com o governo. ;Quem está na chuva é para se molhar;, diz um cacique da legenda, para quem o PSDB deveria tentar influir mais na política econômica e ter acento no estado-maior da articulação política. ;Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém;, porém, diria o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que não se dispõe a entrar no governo, a exemplo do que fez o presidente do PPS, Roberto Freire (SP), que assumiu o Ministério da Cultura em meio à crise.

A esfinge na relação do PSDB com Temer é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que trabalha nos bastidores para ser o candidato tucano nas eleições de 2018. Ambos são velhos aliados e não teriam dificuldades para chegar a um acordo, mas isso desarranja a política paulista. O vice-governador Márcio França é um dos caciques do PSB e sonha com a própria reeleição, em uma dobradinha com Alckmin para presidente da República. O candidato do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes, salvo um acordo com Temer, é o empresário Paulo Skaf.

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