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Cabral recebia mesadas de empreiteiras em troca de contratos, diz MPF

Os valores das propinas eram entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. O ex-governador foi preso em casa, no Leblon

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Em coletiva à imprensa, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral recebia "mesadas" de empreiteiras. Os valores das propinas eram entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. O ex-governador foi preso, nesta quinta-feira (17/11), por suspeita de desviar recursos de obras feitas pelo governo estadual com recursos federais. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.

[SAIBAMAIS]A propina cobrada pelo grupo comandado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, chegava a 6%, sendo 1% classificado como "oxigênio". Segundo integrantes da Polícia Federal, a proprina era cobrada sobre todas as obras contratadas pelo governo do Rio, não apenas por aquelas executadas pela Andrade Gutierrez e pela Carioca Engenharia. No total, estima-se que a propina tenha incidido sobre pelo menos R$ 3 bilhões, aí incluídas as obras de reforma do Maracanã.

Rede de corrupção

A operação, batizada de "Calicute", é um desdobramento da Operação Lava-Jato, que desde 2014 levou para a prisão dezenas de empresários e políticos por envolvimento em uma rede de corrupção que afeta a Petrobras para favorecer partidos políticos com subornos pagos por grandes empreiteiras.

Existem "fortes indícios de formação de cartel em grandes obras executadas com recursos federais, por meio do pagamento de subornos a agentes estatais", afirma o comunicado da PF.

Os investigados deverão responder a acusações de "integrar uma organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outras".

Alguns dos bens encontrados no endereço de Cabral durante a Calicute: