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Relator tira de medidas anticorrupção crime de responsabilidade de juízes

Deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) defende que a legislação precisa de ajuste, mas que agora não podem "abrir margem" para questionamentos "a quem faz um trabalho que a sociedade brasileira aplaude de pé"

Onyx defende que a legislação precisa de ajuste, mas que agora não podem "abrir margem" para questionamentos "a quem faz um trabalho que a sociedade brasileira aplaude de pé".

Os representantes do Ministério Público Federal, em especial a cúpula da Operação Lava Jato, deixaram o encontro - de aproximadamente cinco horas - com Onyx satisfeitos com a revogação do item. "Não é o momento de fazer uma discussão tão complexa como essa. Temos problemas com os tipos e com a proposta que estava sendo feita", respondeu José Robalinho Cavalcanti, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República.

O coordenador da Operação Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, disse que o relator foi "sensível" aos apelos e o núcleo central do pacote foi mantido. Ele ressaltou que eles estavam preocupados com alguns pontos, como o questionamento judicial alegando falta de decoro com a profissão e a possibilidade de abertura de processo por parte dos investigados "Tudo isso se faz num momento muito delicado em que vemos iniciativas legislativas que são reações contra as investigações", declarou o procurador. Dallagnol disse que eles não se recusam a debater legislação sobre abuso de autoridade ou crime de responsabilidade em relação a servidores, mas ponderou que neste momento histórico não pode haver retrocesso no combate à corrupção.

Mudança


O relator também dará nova redação à medida que trata de ação popular e a formatação das equipes de cooperação internacional. Onyx vai propor que não haja subordinação entre as equipes e sim um revezamento, ora a Polícia Federal coordenando os trabalhos, ora o Ministério Público Federal. O deputado vai se reunir com os técnicos nesta terça-feira, 15, para formatar o novo texto. A ideia é votá-lo na comissão na quarta-feira (16/11).

Sobre a criminalização do caixa 2, o relator rechaçou a possibilidade de anistia. "Ou a gente coloca na lei de maneira dura, ou não vamos acabar nunca com caixa 2", declarou. Robalinho completou dizendo que caixa 2 já é crime (pode ser enquadrado no crime de lavagem de dinheiro) e a legislação está sendo aperfeiçoada com o pacote. "Não há que se falar em nenhum tipo de anistia", observou.

O relator também incluiu no pacote mudanças na legislação que trata de acordos de leniência. "O que se propõe é algo sério, diferente da proposta que apareceu de surpresa e não serve aos interesses brasileiros", declarou Onyx, se referindo ao texto que vinha sendo costurado pelo líder do governo, André Moura (PSC-SE).
Por Agência Estado