Após dois dias de reunião, o PT decidiu sepultar aquilo que sempre considerou um exemplo da democracia interna partidária: a eleição direta para presidente nacional da legenda. A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) conseguiu aprovar, por 52 votos a 27, a proposta de eleger a direção nacional do partido em 2017 a partir de delegados escolhidos em congressos estaduais.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, contudo, afirmou não ter ouvido de ninguém a intenção de sair da legenda em virtude da crise que o partido passa e do descontentamento com a ideia majoritária de eleição de alterar as normas para a escolha da futura direção petista.
[SAIBAMAIS]Para Falcão, não há temor de que as correntes vencidas nessa escolha debandem do partido. ;Essas notícias de saídas do PT eu só tenho conhecimento delas por noticiário. Ninguém até o momento revelou para mim intenção de qualquer decisão de sair do PT;, disse o presidente. ;Não significa que amanhã ou depois alguém possa sair, não tenho informação sobre esses movimentos;, completou. Falcão reforçou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve papel decisivo na articulação do diretório para escolher a forma de eleição da direção petista em abril do ano que vem.
Para tentar uma transição mais lenta, contudo, ficou decidido que haverá um Processo de Eleições Diretas (PED) nos municípios onde serão escolhidas as direções locais e delegados que participarão dos congressos estaduais do partido. Estes por sua vez, escolherão os 600 representantes no 6; Congresso Nacional do PT, marcado para os dias 7, 8 e 9 de abril do ano que vem. O grupo de delegados será o responsável pela eleição do novo diretório nacional.
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Apesar dos apelos de Lula pela unidade partidária, a decisão dividiu a legenda. O Muda PT, que congrega as cinco maiores correntes de esquerda do partido e a maioria da bancada petista na Câmara, defendia a eliminação do PED em todas etapas de escolha das instâncias dirigentes .
Em resolução aprovada ontem, o PT convoca os militantes do partido para o Congresso Nacional do PT, em abril, um ;instrumento de reorganização, renovação, revitalização e retificação de nossas práticas internas, mas também de nossas relações com a sociedade.;
O texto afirma ainda que a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos exige da legenda e da esquerda uma reorganização em escala internacional. Além da eleição norte-americana, o quadro é agravado pelo crescimento da direita na Europa e no continente americano ; especialmente na Argentina, no Brasil e na Venezuela, afirma o documento.
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