Antes mesmo da votação do segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n; 241, que atrela por 20 anos o teto dos gastos públicos à variação da inflação dos últimos 12 meses, prevista para esta terça-feira (25/10) no plenário da Câmara dos Deputados, o governo trabalha para aprovar a medida no Senado. A expectativa é de que o placar desta terça na Câmara supere os 366 votos a favor na primeira votação.
Na segunda-feira (24/10), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atuou em busca de apoio. Ele ofereceu um jantar para a base aliada, que contou com a participação do presidente Michel Temer. Na porta da residência oficial, manifestantes protestaram contra a PEC.
Para aprovar a PEC, são necessários 308 votos. Em seguida, a proposta segue para o Senado. Na votação em primeiro turno, Temer também ofereceu um jantar no Palácio da Alvorada, que teve a presença de 215 parlamentares. Para este segundo, o governo terá de observar se a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, na última semana, influenciará os votos. O Planalto recebeu a notícia da prisão com apreensão, e teme que estimule ausências na votação.
No Senado, a expectativa é de que a matéria seja aprovada com tranquilidade, em novembro. Mas o Planalto teme que o mal-estar causado pela ação da Polícia Federal contra agentes legislativos interfira na votação. Dos quatro parlamentares envolvidos, dois são da base: Lobão Filho (PMDB-MA) e Fernando Collor (PTC-AL). Apesar do receio de alguns integrantes do governo, Renan garantiu ontem que a operação não vai interferir e que ele pautará a matéria em plenário.