Além do Rio Grande do Norte, Roraima, Alagoas e Amapá terão um quinto ou mais das suas cidades administradas por mulheres a partir do ano que vem. No top 10 desse ranking, apenas Goiás, onde as prefeitas governarão 15% dos municípios, não faz parte do Norte e do Nordeste.
Estudos anteriores já mostraram que essas duas regiões apresentam, em média, indicadores mais altos de tolerância à violência contra a mulher e de outros índices ligados à cultura do machismo. Uma pesquisa de opinião conduzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2014 mostrou que o porcentual de pessoas que concordava total ou parcialmente com a frase "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas" era mais que o dobro em residentes dessas regiões que no resto do Brasil: 38% no Nordeste e 41% no Norte, ante 18% nos outros Estados.
Na outra ponta da tabela estão Estados do Sul e Sudeste. No Espírito Santo, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e no Paraná, mulheres ganharam a eleição em menos de 8% das cidades. Em números absolutos, porém, é em São Paulo que há o maior número de municípios com candidatas eleitas às prefeituras: 72.