Jornal Correio Braziliense

Politica

Gilmar Mendes defende reforma urgente do modelo político do país

Na entrevista, Mendes disse ser contrário ao fim do financiamento de pessoas físicas nas eleições, na esteira do fim do financiamento empresarial,



Lava-Jato
Gilmar Mendes refutou a crítica de que a Lava-Jato no Supremo está andando bem devagar. E alegou que o ministro relator dessa operação na Casa, Teori Zavascki, está abarrotado de trabalho, já que o Supremo não cuida apenas de questões criminais. Contudo, reconheceu que a corte não é um tribunal célere, em razão do leque de processos em tramitação, e também pelo fato de que hoje "quase metade do Congresso" é investigada e muitos dos inquéritos não se transformaram ainda em denúncia, estão na Procuradoria. "É difícil dar celeridade a isso."

Alexandre de Moraes
Indagado sobre as declarações do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a Lava-Jato, um dia antes da prisão do ex-ministro Antonio Palocci, o ministro do STF disse não acreditar que houve vazamento dessa fase da operação. Mas, classificou um erro o ministro ter participado de um evento de campanha eleitoral, justificando que nesses momentos "se fala muito".

Lewandowski
Na entrevista à Rádio Estadão, Gilmar Mendes voltou a tecer críticas às declarações feitas pelo ministro do Supremo Ricardo Lewandowski, que classificou o processo de impeachment de Dilma Rousseff de "tropeço na democracia". Para Mendes, nunca se teve uma presença (do ponto de vista jurídico e das regras constitucionais vigentes) tão forte neste processo político, por isso não se pode dizer que houve tropeço. "Se estamos com gosto de guarda chuva na boca, foi resultado do final da votação (do impeachment, com o fatiamento do processo)."

Apesar das críticas, o presidente do TSE disse que ele e Lewandowski são pessoas civilizadas e essa discussão sob pontos de vista distintos é natural.

Carandiru
No final da entrevista, o ministro do Supremo falou rapidamente sobre a anulação do júri do caso Carandiru. Sem entrar no mérito da decisão, disse que é compreensível que a decisão gere indignação em parte da sociedade que cobra celeridade da justiça, principalmente nos julgamentos, e vê um caso do passado, já julgado, ser reformado.