O cientista político Humberto Dantas acrescenta que as máquinas públicas dos governos estaduais e municipais também ganharam mais peso neste ano. "Governos bem avaliados se reforçam em todas as suas próprias capacidades. O que não é problema, porque governos bons continuam", diz Dantas, que é professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FespSP).
Dantas pondera que o fim do financiamento empresarial não contribuiu para equilibrar a disputa eleitoral. "As empresas saíram, poucos empresários têm coragem de doar. Mas os que doaram fizeram doações significativas e tornaram o jogo bastante desigual", afirma. Segundo ele, a doação de grandes montantes para poucos candidatos desequilibra a competição.
Ele destaca que outros fatores comprometem a renovação, como o encurtamento da campanha - de 90 para 45 dias - e as restrições de propaganda. "Saiu financiamento empresarial, diminuiu o tempo de campanha e restringiu propaganda. Isso mata qualquer renovação."