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Lava-Jato suspeita que Mantega seja 'Pós Itália' e esteja ligado a propina

O ex-ministro foi preso quinta-feira passada (22/9) na Operação Arquivo X (34ª da Lava-Jato) por supostamente exigir, para o PT, R$ 5 milhões do empresário Eike Batista, em 2012



O documento revela três operações distintas, somando um valor de R$ 79 milhões. Desse total, a PF ainda não identificou "Amigo", o destinatário de R$ 23 milhões.

"Seriam devidos, à época da última atualização da planilha, R$ 6 milhões para ;Itália;, em referência ao Italiano, ou seja, a Antonio Palocci Filho, R$ 23 milhões para ;Amigo;, ainda não identificado, e R$ 50 milhões para ;Pós Itália;, cujos indícios preliminares apontam para o emprego deste termo em referência a Guido Mantega;, diz o relatório da PF.

Segundo a Omertà, o PT foi destinatário de R$ 128 milhões em propina da Odebrecht entre 2008 e 2013 - neste ano, segundo a Procuradoria da República, havia um saldo remanescente de propina de R$ 70 milhões.

A PF destacou ainda em outro trecho do relatório uma notação em que haveria indícios "de outros pagamentos ilícitos (Prováveis Aditivos)".

"Há assim, indícios de que Guido Mantega também tenha sido beneficiário de pagamentos ilícitos e/ou intermediador de pagamentos realizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, tal qual o foi Antonio Palocci Filho", aponta o documento.

Defesas

O advogado José Roberto Batochio, defensor dos ex-ministros, reagiu enfaticamente nesta segunda-feira às suspeitas lançadas pela Operação Omertà sobre Guido Mantega.

O criminalista ironizou o relatório policial que chama Mantega de "Pós Itália". "A minha manifestação é a seguinte. A Polícia Federal, curiosamente, já definiu o ;Italiano; como sendo duas ou três pessoas diferentes. Inicialmente, dizia que ;Italiano; era o ministro Palocci. Depois, recuaram. Vou aguardar para ver se eles elegem definitivamente quem é, afinal, esse ;Italiano;, para então poder responder", disse.

"A hora que resolverem definir quem quer que queiram como o verdadeiro "Italiano; vou me manifestar (sobre o relatório que liga Mantega ao suposto recebimento de R$ 50 milhões da Odebrecht)", insistiu.

Batochio destacou que os autos contêm um e-mail do empreiteiro Marcelo Odebrecht dizendo que "não encontrou ;Italiano; na diplomação da Dilma". "Mas o ministro Palocci estava lá, na diplomação", acentua o criminalista. "Então, o ;Italiano; não é o ministro Palocci. Reitero que já disseram duas ou três vezes sobre esse ;Italiano;. Assim, acho prudente aguardar para ver quem é que elegem definitivamente como o ;italiano;, disse. Mais cedo, Batochio, já havia afirmado que o ex-ministro Palocci nunca recebeu vantagens ilícitas.