;Foi uma afirmação genérica;, disse Moraes ao negar que tivesse conhecimento antecipado de que o ex-ministro seria um dos alvos da 35; fase da operação. ;Desde que eu assumi, há quase cinco meses, nós não tivemos uma semana sem grandes operações, porque são necessárias;, acrescentou. ;Nós temos uma praxe já montada no ministério de que a partir das 6h da manhã, as informações, não só dessa operação, mas de todas que são realizadas no dia são passadas;, explicou sobre o fluxo de informações entre a Polícia Federal e o ministro da Justiça.
Sigilo elástico
Em sua palestra no seminário da Febraban, Moraes defendeu que empresas que contratem com o Pode Público, assim como seus sócios e diretores, tenham um sigilo bancário mais ;elástico;. Isso facilitaria, de acordo com o ministro, a fiscalização e coibiria a corrupção. ;O nosso gerente do banco tem acesso ao nosso sigilo bancário, porque ele acessa nossa conta. O que ele não pode é divulgar isso. Por que o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Justiça Eleitoral não podem ter acesso às movimentações bancárias de quem recebe dinheiro público? Quem recebe dinheiro público deve também ter o ônus de prestar contas de forma mais forte;, ressaltou ao explicar a ideia à imprensa.
Segundo Moraes, está sendo elaborada pelo ministério uma proposta de alteração da legislação nesse sentido. Para o ministro, aumentar o número de pessoas com acesso ao sigilo não significa, necessariamente, ampliar os riscos de vazamento de dados e informações protegidas. ;Você deve fazer um código de governança. Hoje isso é possível tecnologicamente, que cada pessoa que acesse à informação fique marcada. A partir disso você tem exatamente as pessoas responsáveis pela informação. Porque a questão do sigilo não é de conhecimento da informação, é questão de divulgação;.