[SAIBAMAIS]Ele garante não se arrepender de ter aceito o pedido de impeachment da ex-presidente. ;Eu me arrependo de não ter aceitado antes.; Cunha disse ainda não temer o juiz Sérgio Moro, que conduz o inquérito da Lava-Jato em Curitiba. Com a cassação, o peemedebista perde o foro privilegiado e o processo deve deixar de ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal. ;Eu vou continuar me defendendo, só que, agora, em outra instância. Mas eu não temo pela minha família nem temo ser preso. Eu só temo a Deus.;
O resultado dilatado surpreendeu até mesmo o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Rodrigues (PR-BA). ;Dez? Só 10 mesmo? Tem certeza que é só isso?;, indagou o parlamentar, atônito, a um assessor ao lado dele. Um voto a mais do que Cunha obteve no colegiado presidido por Araújo.
Cunha, que se manteve o tempo todo no plenário ouvindo os ataques e críticas dirigidos a ele, deixou o recinto tão logo o resultado foi proclamado, para conversar com os jornalistas. No caminho até um púlpito montado no Salão Verde ; no mesmo local em que, em 2 de dezembro de 2015, anunciou que aceitara o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff ;, ouviu xingamentos de um grupo de servidores, que cantaram ;na Terra do Senhor, não existe Satanás;.
O deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE) elogiou a coragem de Cunha e de Carlos Marun, praticamente a única voz que se levantou em plenário contra a cassação. ;Eu voto pela sua cassação, deputado Cunha, porque era oposição ao senhor nos tempos em que era voz isolada aqui. Mas o senhor e o deputado Carlos Marun são coerentes. Estão do lado errado, mas não são como o PSDB, o DEM e o PMDB, que lhe abandonaram;. Costa acabou vaiado por deputados tucanos.