Após ser empossada como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (12/9), Cármen Lúcia citou a insatisfação do povo brasileiro com o sistema judiciário em seu primeiro discurso e o compromisso do STF em transformá-lo.
A ministra quebrou o protocolo ao iniciar o discurso cumprimentando o cidadão brasileiro antes de saudar as autoridades presentes. ;Peço que cada um individualmente se sinta saudado por mim e por este tribunal;, iniciou.
A atual presidente também disse que, assim como a população, os juízes também não estão felizes com o judiciário. ;Para melhorar o sistema, não basta reformá-lo mas sim transformar com a ajuda da comunidade jurídica;, afirmou.
Cármen prometeu lutar por uma nação mais justa e igualitária e que disse que o "tempo é também de esperança". "O Brasil é um compromisso", afirmou. "O povo está cansado de fazer parte de uma nação do futuro que não chega nunca", completou.
O discurso da nova presidente do STF foi recheado de citações. A ministra citou Caetano Veloso, Guimarões Rosa e até Arnaldo Antunes: "Ninguém quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte."
No fim do discurso, Cármen deu a entender que seu mandato será de mais ação. "Esquece-se muito do que diz as pessoas, mas nunca se deslembra do que foi feito", afirmou. Cármen Lúcia sucede a Ricardo Lewandowski e vai ocupar o cargo pelos próximos dois anos. A ministra diz que a função de juíza do Supremo é "uma tarefa grata mas também difícil".
O primeiro ato da ministra Cármen Lúcia como presidente do STF foi empossar o ministro Dias Toffoli a vice-presidência do tribunal. Logo após, passou a palavra ao ministro Celso de Mello que discursou a favor da igualdade de gêneros e citou a trajetória das mulheres na história do tribunal.
Além de Celso de Mello, outras autoridades como o procurador-geral da República Rodrigo Janot, e o presidente nacional da OAB, Cláudio Pacheco Prates Lamachia, também discursaram.
Com informações da Agência Estado