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Prefeita de Ribeirão Preto é investigada em segredo de Justiça, diz TJ

Por ter foro privilegiado, a prefeita só pode ser investigada pelo tribunal de segunda instância e todas as apurações feitas durante as investigações iniciadas há mais de um ano foram destacadas do processo e encaminhadas ao TJ-SP

A prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera (PSD), é investigada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) em um processo derivado das apurações feitas pela Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público na "Operação Sevandija", deflagrada hoje na cidade do interior paulista.

[SAIBAMAIS]Segundo informações do TJ-SP, o processo corre em segredo de justiça e, portanto, não há informações disponíveis para serem passadas. Por ter foro privilegiado, a prefeita só pode ser investigada pelo tribunal de segunda instância e todas as apurações feitas durante as investigações iniciadas há mais de um ano foram destacadas do processo e encaminhadas ao TJ-SP.



Na operação que apura o desvio de R$ 203 milhões dos cofres municipais em quatro esquemas, a PF e o Gaeco cumpriram hoje mandados de busca e apreensão, um deles na residência da prefeita. Segundo nota divulgada pela advogada de Dárcy, Maria Cláudia Seixas, "a busca e apreensão de documentos na residência da prefeita Dárcy Vera transcorreu dentro da normalidade".

A prefeita está em São Paulo acompanhando a filha que presta vestibular e deve retornar a Ribeirão Preto na sequência, segundo a nota. O Ministério Público do Estado de São Paulo informou que Dárcy será ouvida nos próximos dias por promotores que acompanham o caso. Já a prefeitura informou que colabora com as investigações.

A operação envolveu 250 policiais, 30 promotores em 48 ações. Ao todo, foram 13 mandados de prisão temporária, dos quais 11 foram cumpridos e dois são de empresários que estão no exterior. Entre os presos estão o coordenador do Departamento de Águas e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), Marco Antonio dos Santos, e o secretário de Educação do municípios, Alfredo Invernizzi.

Nove dos 22 vereadores de Ribeirão Preto - o presidente da Câmara Municipal, Walter Gomes (PTB), e os parlamentares Samuel Zanferdini (PSD), Evaldo Mendonça, o "Giló" (PTB), Genivaldo Gomes (PSD), José Oliveira, o "Bebé" (PSD), Cícero Gomes (PMDB), Maurílio Romano Machado (PP), Capela Novas (PPS) e Coraucci Netto (PSD) - foram conduzidos coercitivamente a depor na PF e liberados. Todos tiveram seus mandatos suspensos pela Justiça, proibidos de irem a prédios públicos do município e tiveram seus gabinetes lacrados.

A PF informou que durante as buscas realizadas hoje foram encontrados e apreendidos R$ 320 mil em dólares, Euros e Reais, além de 12 veículos de luxo que foram levados para o pátio da polícia enquanto as investigações sobre a origem dos recursos para as aquisições dos automóveis prosseguem. Em um único endereço foram encontrados e apreendidos R$ 160 mil em dinheiro. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de bens das pessoas envolvidas nos esquemas suspeitos.

A operação, considerada como o maior caso de corrupção da história de Ribeirão Preto, apura fraudes em licitações, contratações irregulares de funcionários e pagamento de propinas para políticos votarem com o governo municipal na Câmara.