"Decisão patética, entregaram nosso patrimônio, vão privatizar tudo. É um dia muito triste para a história do povo brasileiro", lamentou a servidora pública Veronica Tavares. Assim como ela, dezenas de pessoas vestidas de vermelho pareciam não acreditar que Dilma será impedida de continuar o mandato de presidente da República. "É um sentimento de vergonha, indignação e tristeza. Temer não vai ter governo porque não vamos arregar. Vão ter muitas manifestações. Me sinto roubada e traída", disse a agricultora Claudete Lima.
Mas também houve lágrimas de alegria. A administradora Lúcia Félix do Movimento Brasil Contra a Corrupção disse que o dia de hoje é de muita comemoração. "Estamos na rua desde 2011. Esse é o primeiro passo e a primeira vitória. Agora vamos fazer um projeto para o futuro. Não ficamos mais fora do governo. Acabou falta de ética. O povo está na rua, na eterna vigilância. Seguimos em frente nessa luta".
Apesar do afastamento definitivo de Dilma, o grupo contra o impeachment promete não parar com as manifestações. O geógrafo, Guilherme Lucini, 33 anos, ressaltou que a população brasileira deve se preparar para as reformas que vão acontecer. "Participei de todas as manifestações e continuarei lutando. O que aconteceu hoje foi um dano enorme ao Brasil, vamos perder em educação e em direitos trabalhistas", afirma. Lucini não participa de nenhum movimento partidário, mas encara a decisão do Senado como um golpe. "Elegemos um governo e agora estamos sujeitos á outro totalmente diferente. Este tipo de coisa só acontece em países de fraca democracia", afirmou.
[VIDEO1]